Esses dias (Ok! Já faz MUITOS DIAS, mas contratempos não me permitiram essa postagem antes...rs) fui ao cinema assistir ao filme “As Melhores Coisas do Mundo”. Surpreendente. Deparei-me diante de um filme diferente e, ao mesmo tempo, muito igual a tudo que já foi feito. Ele tem uma magia de trazer de volta a adolescência particular de cada um de nós e, paralelamente, reflete a vida de todos nós. Sim, de todos, como um todo.
Não sou crítica de cinema, estou longe disso. E, confesso: ao ler tantos elogios feitos a este filme, fiquei receada... pensava a todo momento: “será tudo isso?”. Pode não ser tudo isso. Mas chega próximo.
O que posso dizer é que o elenco impressiona, a trilha emociona e o roteiro, surpreende. Impressiona pelos nomes desconhecidos que trazem uma naturalidade incrível para a cena (tá...nesse ponto, a diração tbm ajuda, né?? hehe). Emociona porque, como toda boa trilha sonora tem que ser, a música encaixa na cena, na hora exata (e é impressionante como as músicas ficam na sua cabeça!!). Surpreende... bom, neste ponto, só vendo o filme mesmo (rsrsrs).
Um começo morno. Parado. Sim, parado! Não espere muito do filme logo de cara. Ele começa a ficar interessante do meio para o final. E, também, não espere nada de muito extraordinário, ele é bem simples. O filme, simplesmente, retrata a vida de um adolescente, cheio de problemas (os maiores problemas, que só conhecemos quando somos adolescentes), com uma família cujos pais estão se separando, com um irmão mais velho... tudo muito simples. Aliás, simples é a palavra que mais retrata o filme.
Por mais que hajam momentos de glória, momentos em que você para e diz: “UAU!” (em maiúsculo e com exclamação..rs), ele não trás nada além do que é a vida de muitos jovens, e é difícil não sentir saudades do seu tempo. Aquele que você “perdeu”, sem saber.
Na verdade, minha intenção ao escrever esse texto não é fazer uma crítica do filme, do que ele trás, lições de moral e essas coisas todas. Até porque, como disse, não sou crítica de cinema. A minha intenção é mostrar como não é preciso muito esforço para se valorizar certas coisas.
Como é a simplicidade que eu acredito que descreva o filme, é na simplicidade que vou me ater.
Ao sair da sala de cinema, me perguntei qual seria a minha lista d’As Melhores Coisas do Mundo. Em como algumas coisas são boas... só boas. Mas que nos trazem aquela sensação de prazer saciado, de desejo realizado, vontade concedida.
Aquele simples sorriso de uma criança, às vezes, até então, desconhecido, que parece que ilumina nosso dia de uma forma espetacular. Uma comida caseira feita com capricho por alguém que você ama. Enfim... o “nada melhor que...” de cada um.
Há algumas semanas recebi um texto, por email, que falava deste filme (aliás, foi um dos motivos que me incentivou a vê-lo). A dinâmica adotada no texto é bem diferente do que se espera de uma crítica (na verdade, nem sei se devo considerá-lo como tal), ele começa relatando como somos subestimados pelos adolescentes e como os subestimamos (sabe...ao escrever essa frase que me “dei conta”... não sou mais adolescente... O.o rsrs). É a velha história: esquecemos que, um dia, também fomos adolescentes. Esquecemos que nossos problemas eram os maiores, eram os únicos e todo mundo devia prestar atenção em nós. Esquecemos que, quando éramos jovens, queríamos discutir algo sério com nossos pais e/ou familiares, mas éramos ignorados: “Você não tem idade para discutir isso”. E mal percebemos que fazemos a mesma coisa. Sério... se tinha algo que eu não suportava, era ser subestimada, em especial, por minha capacidade. Era deprimente. Pensa bem: você está numa fase de transição, não sabe nem o que quer pra si direito, e ainda vêm falando na sua cabeça que você não é capaz? Ou “não tem idade suficiente pra entender certas coisas”? Ok. Ok. Quem disse que não tenho? Se quer me ouviam!!! (precisava desabafar....voltemos ao foco....rs). A verdade, é que acontece isso mesmo. Acho que é do ser humano não aceitar que alguém - teoricamente inferior - seja melhor ou saiba argumentar de igual para igual contigo. Por isso, em alguns momentos, é melhor “deixar para lá”. Como se parar a discussão, o fizesse ganhá-la (reparem: quem para uma discussão no meio, normalmente, é quem não tem mais argumentos... estou errada?). Pois é! É fácil mandar as pessoas calarem a boca. Mais fácil do que provar o erro alheio.
De qualquer forma, acredito que “As Melhores Coisas Do Mundo” transmitiu seu recado. E, não é pra menos! Pouco tempo depois de ver o filme, descobri que houve a participação de adolescentes na elaboração do roteiro. Brilhante! Afinal, ninguém melhor para falar sobre adolescência, que os próprios adolescentes. As próprias falas eram desenvolvidas pelos atores, escolhidos em escolas. Talvez por isso (ou não?) a naturalidade das cenas.
Enfim, continuo sem saber qual a minha lista d’As Melhores Coisas Do Mundo. Quer dizer... em termos. Minha lista está bem preenchida. Num cantinho bem guardado e oculto. Tanto, que nem eu mesma sei detalhá-la. Mas sei apreciá-la.
Apreciemos, então, o que é de melhor para cada um de nós. Hora de voltar à adolescência... aliás, bons tempos, não?
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